14 de novembro de 2010

Deus Vê o Nosso Coração

"Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua
aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor
não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o
coração." (1 Samuel 16.7.)

O Senhor busca pessoas com o coração aberto e receptivo
para ele.
Na Bíblia encontramos um exemplo de alguém com um
coração assim: Davi.
Conhecer a história de Davi é essencial para que possamos
compreender o Senhor do impossível. Na vida de Davi podemos
perceber o que Deus é capaz de fazer por aqueles que se entregam
a ele, permitindo-se serem usados como canais do poder divino.
Davi contradiz o mito de que o vigor humano, ou a perfeição,
são condições para que experimentemos o poder do Senhor.
Davi era um homem segundo o coração de Deus.
"E, tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também,
dando testemunho, disse: Achei Davi, Filho de Jessé, homem
segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade." (Atos
13.22.)
Esse extraordinário elogio afirma que Deus tem um coração,
e que o segredo para termos uma vida abundante é receber o seu
coração em nosso coração.
A psicologia hebraica considera que o coração é a sede da
mente e da vontade, juntamente com as emoções físicas. Ele é a
dimensão interna da personalidade humana.
O que queremos dizer quando falamos do coração de Deus?
O coração divino é a sua natureza essencial: sua inteligência,
somada ao seu amor e à sua bondade e mais a sua vontade
soberana. A maior maravilha para nós é que podemos pensar os
seus pensamentos, receber e expressar o seu amor e desejar a sua
vontade. A capacidade de nosso coração corresponde de forma
sublime à do coração de Deus.
O que Deus viu nesse rapazinho que cuidava das ovelhas de
seu pai, a ponto de perceber nele o potencial para ser o rei de
Israel?
O Salmo 23 mostra a humildade de Davi na sua confiança
em Deus, como supremo pastor de sua vida.
Nesse maravilhoso salmo, Davi manifesta a fé que lhe deu
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coragem para pastorear as ovelhas de seu pai. Para Davi, o Senhor
era auto-suficiente. Ele era o seu protetor, provedor e propósito.
Davi procurava ser para o seu rebanho, aquilo que Deus era
para ele. O Senhor era amigo e companheiro.
O Senhor encontrou naquele jovem pastor, a fé sem reservas
que desejava, mais que qualquer outra coisa em seu povo.
A maneira de Davi encarar o perigo, colocando-se em
completa dependência de Deus, convenceu o Senhor de que
aquele rapaz, logo que se tornasse adulto, poderia enfrentar os
perigos que sempre atormentavam a nação de Israel.
A mente de Davi era receptiva; suas emoções, sinceras e
espontâneas; sua vontade, pronta a obedecer.
Ele cria que, se podia enfrentar e derrotar os leões e lobos
que atacavam o seu rebanho, confiando no Senhor, como o seu
Pastor, então ele seria capaz também, como homem de Deus,
vencer os inimigos de Israel.
Davi era um homem que fora cativado por Deus. Ele
desejava agradar e servir a seu Senhor mais que qualquer outra
coisa.
A chamada de Davi e sua unção por Samuel mostra a
qualidade de coração que Deus desejava no novo rei. Os filhos
mais velhos de Jessé, todos exemplares e formidáveis, foram
submetidos à inspeção cuidadosa de Samuel. Enquanto ele
avaliava cada um, considerando-os um rei em potencial, o Senhor
o advertia:
"Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura,
porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O
homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração." (1 Samuel 16.7.)
Depois de examinar os sete filhos de Jessé, o profeta foi claro
ao afirmar:
"O Senhor não escolheu a esses."
E em seguida, perguntou:
"Acabaram-se os teus filhos?"
Não passara pela mente de Jessé, nem por um instante, que
seu filho mais moço pudesse vir a ser rei.
"Ainda falta o mais moço, que está cuidando das ovelhas."
Samuel pediu que Davi fosse trazido à sua presença.
A descrição do jovem pastor, feita por Samuel, mostra a
manifestação exterior do coração do rapaz:
"Ele era ruivo, de belos olhos e boa aparência."
Enquanto Samuel estudava a face de Davi, que lhe
transmitia uma boa impressão, o Senhor falou de sua escolha em
voz de comando:
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"Levanta-te, e unge-o, pois este é ele."
E assim, o velho profeta tomou do seu chifre de azeite e
ungiu a Davi, enquanto seus irmãos e seu pai observavam
atônitos. O Espírito do Senhor se apossou de Davi, e daquele dia
em diante Deus confiou o seu coração ao coração pronto e
receptivo do jovem pastor.
Deus está à procura desse tipo de coração em nós. Em cada
época de crise, ele busca uma pessoa cujo coração deseja o seu
coração. O que chama a atenção no chamado de Davi é que ele
não via a si mesmo como o futuro líder de Israel. O único anseio
de seu coração era o Senhor. E Deus fez o resto.
Somos responsáveis somente pelo que está em nosso
coração, mente, emoções e vontade. Cuidemos de somente abrigar
o que é agradável a Deus e deixemos os resultados com o Senhor.
Depois que o Senhor encontra um coração segundo o seu
coração, ele dá dons especiais e, a seguir, mostra que,
independentemente das impossibilidades dessa pessoa, pode fazer
maravilhas nela e através dela.
Foi o que aconteceu a Davi. De pastor ele chegou a rei de
Israel.
O Senhor conhece o nosso coração. E é baseado nesse
conhecimento que ele nos chama para servi-lo. Ele não vê nossa
aparência, nosso carisma, simpatia, eloqüência ou beleza.
Quando o Senhor me chamou para ser pastor, eu não
exercia nenhum cargo na igreja que eu freqüentava. Nem mesmo
lembravam de mim na época da eleição para os cargos de
liderança da mocidade.
Eu nunca fui escolhido para nada. Contudo Deus me
chamou, de uma maneira clara, para o ministério. Eu estava
participando de um culto, onde havia mais de mil pessoas no
auditório. O Senhor usou o pastor e uma conferencista para me
dizer:
'Jovem, eu te escolhi. Levanta-te."
E eu, que não era indicado para nenhum cargo na mocidade,
mais tarde fui um pastor naquela igreja.
Por quê? Porque o Senhor via o
meu coração. Ele sabia da minha disposição em servi-lo.
Conhecia o meu amor e dedicação a ele.
A Oferta da Viúva
"Estando Jesus a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas
no gazofilácio.
"Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas
moedas; e disse:
"Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais do
que todos.
"Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava;
esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o
seu sustento." (Lucas 21.1-4 - grifo do autor.)
O Senhor olhou para o coração daquela viúva. Aquilo que
ofertamos ao Senhor de todo o nosso coração é, para ele, de valor
inestimável.
Façamos como essa viúva. Coloquemos o nosso coração nas
mãos do Senhor. Pois é o nosso coração que interessa a ele:
"Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem
dos meus caminhos." (Provérbios 23.26.)

12 de novembro de 2010

Eu tomo posse daquilo que sou

Quem não se ama não sabe amar ninguém!
Ser pessoa é antes de tudo ter consciência: “Eu sei quem sou eu. Tenho diante de mim minhas dificuldades, mas eu me aceito!” Conversão é tomar posse daquilo que se é. Por isso, Deus não pode trabalhar com uma pessoa mascarada, que não se aceita.
Não existe cristão se ele não se aceitar do jeito que é. Você é o que é, e a sua conversão passará por aquilo que você é!
Jesus quando viu Maria Madalena fez com que ela voltasse a ver aquilo que ela era, não uma prostituta, mas uma filha de Deus projetada por Ele; não aquilo que a sociedade criou.
Nós caímos muito nos artifícios que nos são apresentados. Nossa vida se ilumina por novidades e gostamos muito do estético. E seguimos aquilo que é diferença, não somos fã da disciplina.
Corremos atrás de coisas e duas semanas depois vemos que realmente aquilo não era tão bom como parecia.
Por que os artistas não permanecem muito tempo casados? É por causa disso. Querem respostas rápidas, românticas, buscam o brilho eterno e acabam desanimando. Então, o outro começa a decidir por nós e ficamos perdidos. Muitas pessoas, ora dão um testemunho de que acreditam em Deus ora, passado um tempo depois, já dizem acreditar em Buda, depois em Maomé, e mais tarde na energia [cósmica]... Não ficam presas a nada.
Cuidado para não seguir somente as vaidades. Somos vaidosos, mas não podemos ser levados pela vaidade. Não invente um personagem, seja aquilo que você é. Seja autêntico, assim você provoca autenticidade nas pessoas a seu redor. Procure ser aquilo que Deus o fez. Se você está correndo atrás de porcaria cuidado para não acabar deixando de ser aquilo que Deus fez de você.
Deus acontece plenamente no nosso coração quando nós nos permitimos ser aquilo que somos. A nossa divindade só acontece na participação.
Não seja aquilo que dizem que você é. Parece estranho, mas não podemos dar aquilo que não temos. Se você não descobrir que você é sagrado, você não vai perceber a sacralidade que o outro é!
Quem não se ama não sabe amar ninguém. É uma pessoa ausente de si mesma. Os amores estragados que passaram minou aquilo que se era. Há pessoas que vemos que não têm amor-próprio; mas nós não temos o direito de perder esse amor.
Tome posse do que você é para depois dar-se ao outro.
(Fabio de Melo)